sexta-feira, 31 de julho de 2015

A água silenciosa é a mais perigosa

A água silenciosa é a mais perigosa.

Este provérbio pode ser aplicado, em nosso universo humano, àquelas pessoas muito caladas, cuja reserva pode esconder traições, invejas e agressividades perigosas, justamente por não estarem visíveis. São estas as que causam maiores danos, por não mostrarem do que são capazes, enganando com facilidade por sua circunspecção e dissimulação.





quinta-feira, 30 de julho de 2015

A água salobra, na terra seca, é doce.

A água salobra, na terra seca, é doce.

Em situações extremas, aquilo que normalmente seria um “mal” pode se transformar num “bem”. Por exemplo, no Brasil atual, o endêmico problema das drogas e da violência não pode mais ser enfrentando de forma estrutural usando métodos ortodoxos e convencionais, mas lançando mão de recursos que poderiam ser taxados como fascistas e totalitários. Mas ninguém está disposto sequer a discutir esta questão, quanto mais encará-la de frente. Uma sociedade que age assim só pode ser classificada como SUICIDA. 




quarta-feira, 29 de julho de 2015

A adversidade... (três provérbios)

A adversidade embeleza os caracteres que não avilta.
A adversidade faz o homem prudente, mas não rico.
A adversidade faz os heróis.


O primeiro provérbio é de uma profundidade extraordinária! É diante das grandes perdas da vida, quando se é privado dos mais básicos elementos da existência, como a saúde, a finança, a posição social e a família, ao se defrontar com um fundo de poço, é que o ser humano prova a sua firmeza de caráter ou demonstra a sua fraqueza de alma. Muitas vezes, perante tais situações, o indivíduo se deixa levar por reações e comportamentos baixos, abjetos, vis, humilhantes e vexaminosos. Outras tantas, porém, consegue se erguer do caos com força moral e dignidade pessoal, arrostando imensos desafios e às vezes quase insuperáveis dificuldades. Portanto, a DOR pode ser vista como uma GRANDE MESTRA.





terça-feira, 28 de julho de 2015

A atividade... (três provérbios)

A atividade duplica a força.
A atividade é a mãe da prosperidade.
A atividade faz mais fortuna do que a prudência.


Eis três provérbios muito acertados, especialmente quando aplicados a pessoas idosas, as quais tendem naturalmente a uma existência cada vez mais sedentária. Mas eu sinto ojeriza pelo seu oposto, ou seja, jovens escravizados à cultura do próprio corpo, viciados em academias de malhação, obcecados com a forma física. Como diz outro ditado, mostre-me um desportista, e eu lhe mostro um masoquista. Para todos, independentes da idade biológica, recomendo que pratiquem OS CINCO RITOS constantes no livro “A FONTE DA JUVENTUDE”, de PETER KELDER. Aliás, são 2 volumes. É só pesquisar no Google. Tais RITOS DIÁRIOS são mais do que suficientes para manter uma excelente forma física, da juventude à velhice.



segunda-feira, 27 de julho de 2015

A açorda faz a mulher gorda

A açorda faz a mulher velha gorda e a menina formosa.

Açorda (ô) é um caldo temperado com coentro e alho, que se despeja sobre fatias de pão e se come geralmente com ovos, entre outros acompanhamentos; espécie de papa de miolo de pão ensopado em água fervente ou em caldo, temperada com azeite e alho, e que geralmente acompanha peixes e frutos do mar. Engorda por possuir muitas calorias. Há muitas receitas de vários tipos de açordas.



Naomi Wolf é uma escritora feminista:


Ela é autora do livro "O Mito da Beleza", em PDF, neste link:






sábado, 25 de julho de 2015

A acha sai ao madeiro

A acha sai ao madeiro.


E o cacete vai à racha. 



A abóboda celeste é órbita sem fim

A abóboda celeste é órbita sem fim.


Mas a abóbora é terrestre.

Explicando o título do blog.

      Os trechos a seguir pertencem ao clássico de Miguel de Cervantes Saavedra, “Dom Quixote”, edição do Círculo do Livro S.A., São Paulo, Volume II:



      “ - Também, Sancho, não metas a cada instante nas tuas falas uma CATERVA DE RIFÕES, (caixa-alta minha), como costumas, que ainda que os rifões são sentenças breves, muitas vezes os trazes tanto pelos cabelos, que mais parecem disparates do que sentenças.
      - A isso é que só Deus pode dar remédio – respondeu Sancho –, porque sei mais rifões que um livro, e acodem-me à boca juntos tantos quanto falo, que bulham uns com os outros para sair, e a língua vai deitando para fora os primeiros que encontra, ainda que não venham muito a pêlo; mas terei conta daqui por diante em dizer só os que convierem à gravidade do meu cargo, que em casa cheia depressa se guisa a ceia, e quem parte não baralha, e a salvo está quem repica os sinos, e para dar e para ter muito siso é mister...
      - Assim, Sancho – disse Dom Quixote –, insere, enfia, encaixa rifões, que ninguém te vai à mão; minha mãe a castigar-me e eu a desmandar-me. Eu a dizer-te que não digas muitos rifões e tu a golfar uma ladainha deles, que entram no que estamos falando como Pilatos no credo. Olha, Sancho, eu não te digo que seja mau um rifão trazido a propósito; mas enfiar uma súcia de rifões a trouxe-mouxe torna a conversação descorada e baixa.”
      (Páginas 683-684.)



     “ - Ó mãe – disse Sanchica –, (...) Mau ano e mau mês para quantos murmuradores há no mundo; ande eu quente e ria-se a gente. Não é verdade, minha mãe?
      - Se é verdade, filha! – respondeu Teresa – e todas estas venturas, e maiores ainda, mas profetizara o meu bom Sancho; verás tu, filha, como não paras sem ser condessa, que tudo está no principiar em ser venturoso; e, como tenho ouvido dizer muitas vezes a teu bom pai (que, assim como é teu pai, é pai e mãe dos rifões), quando te derem a vaca, vem logo com a corda; quando te derem um governo, apanha-o; quando te derem um condado, agarra-o; e quando te baterem à porta com alguma boa dádiva, recebe-a ou então deita-te a dormir, e não fales à ventura, que está fazendo truz-truz à porta da tua casa.
      - E que me importa a mim – acrescentou Sanchica – que digam: ‘Viu-se o Diabo com botas, correu a cidade toda’?
      Ouvindo isto, disse o cura:
      - Na verdade, creio que esta linhagem dos Panças nasceu toda com um costal de rifões metidos no corpo, e que os entorna a todas as horas e em todos os lugares.
      - É verdade – tornou o pajem; – e, ainda que muitos não vêm a propósito, todavia divertem; e a duquesa minha senhora, e o duque, apreciam-nos muito.”
      (Página 730.)



      “ - Sou tão desgraçado, senhor – respondeu Sancho –, que receio que não chegue o dia em que me veja em tal exercício. Oh! que polidas colheres eu hei de fazer quando for pastor! que migas, que natas, que grinaldas e que pastoris cajados que, ainda que me não granjeiem fama de discreto, não deixarão de ma granjear de engenhoso! A minha filha Sanchica nos levará comida ao aprisco. Mas esperem lá; a pequena não é nenhuma peste e há pastores que são mais manhosos do que parecem; e não queira que ela fosse buscar lã e viesse tosquiada, porque, tanto nos campos como nas cidades, andam amores de companhia com os maus desejos; e nas choças dos pegureiros acontece o mesmo que nos palácios dos reis; e, tirada a causa, tira-se o efeito; e olhos que não veem, coração que não suspira; e mais vale salteador que sai à estrada que namorado que ajoelha.
      - Basta de rifões, Sancho – acudiu Dom Quixote; – um só dos que disseste é suficiente para nos fazer entender o teu pensamento; e muitas vezes te tenho aconselhado que não sejas tão pródigo de provérbios; mas parece-me que é pregar no deserto. Minha mãe a castigar-me e eu com o pião às voltas.
      - Parece-me – respondeu Sancho – que Vossa Mercê é como o outro que diz: ‘Disse a caldeira à sertã, tira-te para lá, não me enfarrusques’. Está-me a repreender e a aconselhar que não diga rifões e enfia-os Vossa Mercê aos pares.
      - Nota, Sancho – disse Dom Quixote –, que eu trago os rifões a propósito e ajeitam-se ao que digo, como os anéis aos dedos; mas tu, tanto os puxas pelos cabelos que os arrastas, em vez de os guiar; e, se bem me lembro, já de outra vez te disse que os rifões são sentenças breves, tiradas da experiência e das especulações dos nossos antigos sábios; e o rifão que não vem de molde é mais disparate que sentença. Mas deixemo-nos disto e, como a noite já vem próxima, retiremo-nos da estrada real um pedaço e procuremos sítio onde passar a noite; Deus sabe o que amanhã sucederá.”
      (Página 825)



      “ - Nunca te ouvi falar tão elegantemente como agora, Sancho – disse Dom Quixote; – por onde venho a conhecer a verdade do rifão que tu algumas vezes costumas citar: ‘Dize-me com quem andas, dir-te-ei as manhas que tens’.
      - Então, senhor meu amo – redarguiu Sancho –, quem é que enfia rifões agora? sou eu ou Vossa Mercê, a quem eles caem da boca aos pares, ainda melhor que a mim? Entre os seus e os meus há só uma diferença: os de Vossa Mercê virão a tempo, e os meus a desoras; mas, afinal de contas, sempre são rifões.”
      (Página 827)



      “Sancho respondeu que fizesse o que dissesse, mas que ele, por si, preferia concluir aquele negócio com a maior brevidade possível, porque tudo está no principiar; e não guardes para amanhã o que podes fazer hoje; e Deus ajuda a quem madruga; e mais vale um ‘toma’ que dois ‘te darei’, e um pássaro na mão que dois a voar.
      - Basta de rifões, Sancho, em nome de Deus verdadeiro – disse Dom Quixote –, que parece que voltas ao sicut erat (Ou seja, ao princípio.); fala claro e liso, e chão, como fazes muitas vezes, e verás que assim hás de medrar.
      - Isto em mim é uma desgraça – tornou Sancho; – parece que não sei alinhavar um arrazoado sem lhe meter um rifão. Mas eu me emendarei, se puder.”
      (Página 843)

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      EPÍGRAFE

      “Andrea estendeu as mãos para o fogo. – Obrigado, disse ele. Fico-lhe muito agradecido. Em Roma, veremos como correm as cousas. Até lá, lembre-se do ditado: ‘A cada dia basta o seu mal.’
      - De acordo, retrucou Belli. Eu diria até: ‘A cada dia é demasiado o seu mal’.”


      (“O Favorito dos Borgias”, Samuel Shellabarger, Edart Livraria Editora, São Paulo, 2ª Edição, 1962, Página 209.)